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De Edimburgo ao Loch Ness: uma imersão nas Terras Altas da Escócia

Pessoa a observar o loch ness nas highlands escocesas

Contávamos visitar Edimburgo naqueles primeiros dias de dezembro. Mas depois de começarmos a pesquisar e a planear a estadia nesta cidade, tornou-se inevitável: teríamos de dar um salto às Highlands escocesas (ou Terras Altas da Escócia).

Logo nos foi sugerida a Rabbie’s Tours para nos levar nesta aventura. Lidas várias recomendações fora de série, confiámos e lá fomos nós. Esta é a história deste dia mágico pelas Highlands escocesas.

Uma receção acolhedora e um guia a condizer

Acordamos agora mesmo. Alguém ressona. São 6:40 da manhã e no quarto toda a gente dorme menos nós. Não custou nada sair da cama. Apesar do frio que faz lá fora, estamos entusiasmados… Hoje vamos percorrer as Highlands escocesas até chegar ao loch onde mitos contam que habita um monstro… Sim, hoje vamos até ao Loch Ness!

Ainda de noite, logo depois do Scott Monument, vemos um senhor de feições bem escocesas e kilt vestido que nos saúda com aquele sotaque próprio. É o Stefan e vai guiar-nos nas próximas 12 horas das Low às Highlands da Escócia.

Dá as devidas instruções de segurança ao grupo de 13 pessoas que agora se acomoda na carrinha e, num breve resumo, introduz aquilo que estamos prestes a visitar. Mal sabíamos nós que palavras não bastam para descrever os cenários que tínhamos pela frente!

O certo é que o Stefan não se ficou por breves palavras… mostrou-se um verdadeiro contador de histórias, não perdendo uma oportunidade nem um minuto deste dia para nos contar mais sobre o seu país.

Vista ampla para o vale Glencoe nas Highlands escocesas

De Edimburgo a Callander

À medida que saímos de Edimburgo, o Stefan vai-nos dando pistas sobre os seus locais mais e menos emblemáticos: o castelo que ainda mantém o seu cariz militar, o palácio onde reside a Rainha aquando na cidade, até à rua onde morava J. K. Rowling, autora da saga Harry Potter.

Vamo-nos afastando da cidade à medida que o sol se levanta. São apenas 8:45 e as paisagens menos urbanas começam a aparecer. Faz-se um pouco de silêncio para apreciar o que corre lá fora e a música de Wolfstone começa a passar no rádio… melodias que combinam tão bem com esta paisagem!

Passamos por castelos que já foram cenário de Monty Phyton, Outlander, Braveheart e até Winterfell na Guerra dos Tronos. Mas o interesse pelas terras escocesas é ainda mais antigo, remontando aos escritos de Sir Walter Scott e da Rainha Vitória do Reino Unido que muito deram a conhecer da beleza e da natureza destes lugares.

O Stefan vai revelando as histórias que contam as vilas e as vistas por que vamos passando, até que chegamos a Callander. Uma antiga vila vitoriana junto ao Rio Teith à entrada das tão aguardadas Highlands escocesas.

Até aqui fomos conduzidos ao longo das Lowlands da Escócia que há 440 milhões de anos eram pedaços de terra vizinhos do atual território de Portugal e Espanha. Curioso, não é?

Montanhas acastanhadas com picos brancos ao fundo nas Highlans escocesas
Casa de madeira sobre o Loch Ness

A entrada nas Highlands

A carrinha continua por uma estreita estrada ao longo do Loch Lubnaig. Ssss, inesperadamente, faz-se aquele friozinho no estômago de uma descida repentina. Agora sim, entramos oficialmente nas Highlands escocesas: a paisagem começa a mudar, as montanhas começam a crescer e mais lagos começam a aparecer (sim, há mais de 30 mil lagos na Escócia!).

Aqueles sons escoceses de fundo (quer pelo sotaque do Stefan como pelas músicas escocesas e sons de gaitas de foles com que o guia vai alternando as suas histórias), aquelas vistas bucólicas de natureza rasteira, montanhas salpicadas de branco, árvores altas, ovelhas incontáveis espalhadas pelos campos.

Vamos assim subindo às Terras Altas e os tons de verde e castanho vão sendo salpicados de branco. Os sinais de trânsito mostram agora duas línguas: ao comum inglês junta-se a ancestral língua gaélica escocesa, falada por cerca de 50 mil pessoas no Oeste da Escócia.

O indescritível vale de Glencoe

Paramos agora em Glencoe, provavelmente um dos lugares mais bonitos da Escócia. Um silencioso vale de origem vulcânica que já passou por muito: de processos de glaciação há 10 mil anos ao massacre do Clã Donald no século XVII.

Apercebemo-nos de quanto este vale tem para contar mas também para explorar, já que daqui partem vários trilhos para imergir nas montanhas que nos rodeiam. Assola-nos aquela vontade de calçar as botas de caminhada, pôr a mochila às costas e embrenhar-nos nesta natureza irresistível. Este sítio é lindo, é enorme… não há palavras para o descrever!

Estrada fora atravessando as Highlands

Continuamos… seguimos caminho loch atrás de loch. Apesar das montanhas brancas e do frio nos gelar as mãos, estamos ao nível do mar e, surpreendentemente, o lago que agora nos acompanha – o Loch Leven – liga-se ao Oceano Atlântico.

O nosso guia Stefan diz que, se prestarmos atenção, podemos até ouvir as focas… faz-se silêncio e no rádio começa a tocar a Kiss From a Rose… do Seal. Não é a música mais indicada para apreciar as paisagens que correm lá fora mas logo se começa a ouvir a Potato Picking de Mark Knopfler… e encaixa perfeitamente!

Atravessamos Fort Williams e diz-nos o Stefan que esta é uma cidade mais turística uma vez que dá suporte e infraestruturas às atividades que se podem fazer nas montanhas vizinhas e, em especial, a dois grandes trilhos que percorrem as Highlands… quanto a nós, só a vista sobre o Lago Linnhe em cujas margens esta cidade vive já seria motivo para ficar!

Estrada a serpentear as montanhas das Highlands escocesas

Será que avistamos a Nessie?

João a observar o Loch Ness com montanhas com neve ao fundo

Vamos lá, falta pouco até ao principal destino de hoje. A cada curva ao longo da estrada surgem lagos gelados, planícies em tons de castanho e, ao fundo, picos branqueados. Até que cruzamos a ponte de Fort Augustus e o vemos: o famoso Loch Ness. Aproximamo-nos e aí é que damos conta: é imenso!

É o segundo maior lago da Escócia e o mais profundo… é aterrador imaginar o que haverá naquelas águas que vão até aos 230 metros de profundidade, não é? Pois deve ter sido daí mesmo que surgiu o mito do monstro do Loch Ness (ou Nessie), conhecem?

E claro, este continua a motivar muitos curiosos (como nós) a vir cá procurar a Nessie com os seus próprios olhos. Não a vemos e, por isso, deixamo-nos estar a apreciar a calma deste lago e a beleza das montanhas que o abraçam.

Compramos umas lembranças em Fort Augustus, bebemos algo quente por ali e apercebemo-nos de que o sol já se começa a pôr.

Já agora, fica a nota 😉

Neste tempo em Fort Augustus, é possível fazer um passeio de barco pelo Loch Ness (aprox. de 50 minutos) por cerca de 16£-18£.

A noite põe-se na descida para Edimburgo

Vaca das Terras Altas escocesas de noite

Viajamos agora de volta a Edimburgo, por um caminho diferente, e tomando consciência de que são as nossas últimas horas rodeados por estes cenários, não descolamos os olhos da janela, procurando gravar estas imagens na nossa memória.

12 horas depois, estamos de volta a Edimburgo, gratos por este dia de descoberta e maravilhados pela Escócia!

Ficamos com vontade de passar mais tempo nas Highlands da Escócia e prometemo-nos voltar… quem sabe novamente com a Rabbie’s que também proporciona experiências de mais dias por este país.

Sem dúvida que o serviço profissional da Rabbie’s e a forma excecional como o guia Stefan fez este dia acontecer contribuíram imenso para esta incrível experiência nas Terras Altas escocesas.

Mesmo que tenhas pouco tempo na Escócia, não percas a oportunidade e dispensa um dia para uma aventura nas Highlands.

Se pensas visitar a Escócia, o artigo “Motivos e dicas para visitar a mística cidade de Edimburgo” também pode ser do teu interesse.

E se vais em dezembro espreita o artigo “Sente-se o aroma a gengibre e canela no Mercadinho de Natal de Edimburgo“.

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2 comentários em “De Edimburgo ao Loch Ness: uma imersão nas Terras Altas da Escócia”

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