Ouve-se aquele sotaque acentuado e a melodia das gaitas de foles, veem-se castelos e neles imagina-se a imensa história que escondem, sente-se o frio daquelas terras altas e arrepiamo-nos ainda mais ao ver aqueles homens de kilt… que país fascinante é a Escócia!
Sabemos que visitar Edimburgo não é conhecer a Escócia inteira mas, para nós, a cidade vale a pena só por si. Depois de uns dias a conhecer esta capital e de um dia singular pelas Terras Altas escocesas, partilhamos aqui as recomendações de quem (apesar do frio) prefere aproveitar o exterior, conhecer ruas e histórias, e vivenciar o ambiente lá fora, mais do que as experiências turísticas de interior (nada contra, é apenas a nossa preferência).
Porquê visitar Edimburgo?
Apesar da curiosidade pela Escócia ter mais tempo, confessamos que foram os voos económicos a partir do Porto a juntar à vontade de ver um Mercadinho de Natal na Europa que nos levaram a visitar Edimburgo em dezembro de 2021. Dois bons pretextos, não é? Mas vá, agora que já fomos, garantimos: há mais e melhores motivos!
Centro Histórico e Castelo de Edimburgo
Logo na manhã do primeiro dia, juntámo-nos a uma free walking tour, com um guia local cujo sotaque nos obrigou a prestar o dobro da atenção para captar tudo. Na medida do possível ficámos a conhecer alguma da história de Edimburgo e da Escócia e com ele passámos pelos pontos principais do centro histórico.
Já agora, fica a dica 😉
Há visitas guiadas gratuitas (em que os donativos são bem-vindos) em muitas cidades. Gostamos de as fazer logo no primeiro dia para nos ambientarmos à cidade, ganharmos algum contexto e sabermos algumas dicas práticas dadas por um guia local. Basta pesquisares por “free tour Edimburgo” que vais encontras umas quantas opções.
O centro histórico de Edimburgo é pesado, sim, mas seduziu-nos pelos seus contrastes: um misto de ambiente descontraído mas requintado, um ambiente festivo mas místico, uma decoração fantástica mas sombria.
A partir da Royal Mile (a rua principal da cidade velha que, apesar do nome, não tem uma milha!), encontram-se ruas e becos cheios de histórias e misticismo. Ao percorrer esta rua é impossível não apreciar a Catedral de Santo Egídio e, ao fundo, o Castelo de Edimburgo. Não o visitámos por dentro mas, lá do alto da sua colina, ele acompanhou a nossa visita a Edimburgo. Da Royal Mile segue-se para a fotogénica Victoria Street e para a popular praça Grassmarket.
Greyfiars Kirkyard
Além de ser um cemitério desde o século XVI e de ter uma forte história ligada à Prisão dos Covenanters, esta zona serviu de inspiração para a narrativa de Harry Potter. Não fosse um incêndio que, recentemente, devastou o café Elephant House ali ao pé, ainda se podia imaginar a autora J. K. Rowlling concentrada à janela deste café, a observar o cemitério de Greyfiars.
Ao percorrer os caminhos entre as lápides deste espaço soturno, reconhecemos alguns nomes (Tom Riddle, diz-te alguma coisa) e encontramos também a estátua do Bobby, o leal cãozinho que passou 14 anos junto ao túmulo do seu dono. Encantador, não é?
Jardins da Princes Street
Os jardins da Princes Street separam a cidade nova da cidade velha de Edimburgo e, pela sua localização, são os jardins mais importantes da cidade. Em tempos davam lugar ao Lago Norte (Nor Loch) e hoje são um passeio obrigatório onde o verde do jardim contrasta com os tons pesados da cidade velha que se ergue desde ali até ao Castelo, lá no topo.
Dica Mais pra Lá 🙂
Os jardins de Princes Street dão anualmente palco ao Mercadinho de Natal de Edimburgo. Nós fomos em dezembro e encontrámos uns jardins bem natalícios! Se gostas de Mercadinhos de Natal, espreita o artigo: Sente-se o aroma a gengibre e canela no Mercadinho de Natal de Edimburgo.
Dean Village
Uma zona próspera durante séculos que, após se tornar decadente nos anos 60, é hoje um passeio encantador. A apenas 2 quilómetros do centro histórico de Edimburgo e nas margens do rio Water of Leith, fica esta pitoresca localidade, a Dean Village. A vista mais bonita aparece sobre a ponte pedonal de onde se veem as coloridas casas centenárias erigidas sobre o forte rio, com a Igreja Rhema a espreitar ao fundo por entre a vegetação destas margens.
Calton Hill
Nesta pequena colina situam-se vários edifícios como o Monumento Nacional e o Observatório da Cidade. Mas o que lá nos atraiu foi o ambiente descontraído e juvenil de quem por ali passeia ao final da tarde e aguarda pelos bonitos momentos em que o sol se põe por trás da cidade.
Apesar de ficar bem próxima do centro de Edimburgo, a Calton Hill permite uma bela vista sobre a cidade, quer para o centro histórico e para o Castelo, como para o outro lado onde se avista o Mar do Norte ao fundo.
Parque Holyrood e Arthur’s Seat
A Calton Hill tem uma vista bonita, sim, mas se gostas de vistas realmente panorâmicas e de natureza, então temos uma sugestão melhor: o ponto mais alto de Edimburgo. E não, não é preciso sair do centro… por incrível que pareça, fica logo ali à saída do centro histórico.
A partir do Palácio de Holyrood encontra-se um trilho que nos leva numa fácil caminhada ao longo do verdejante parque com o mesmo nome. Lá no topo encontra-se o ponto mais alto e, como podes imaginar, a melhor vista 360º!
A este local dá-se curiosamente o nome de Arthur’s Seat e, embora não se encontre por lá nada que se pareça com um assento e apesar das várias conspirações, diz-se que o local está associado ao Rei Artur e ao lendário Camelot. Verdade ou não, o que é certo é que o sítio é mágico e as vistas esplêndidas!
E para aquecer do frio: visitas de interior gratuitas em Edimburgo!
Há muitas atividades e visitas de interior pagas em Edimburgo que, com certeza, terão o seu interesse. Mas também há muito para fazer de forma gratuita e, apesar de preferirmos o exterior, por vezes faz falta aquecer um bocadinho. Deixamos aqui duas sugestões de que gostámos muito.
O Museu Nacional da Escócia
Este museu é uma verdadeira viagem no tempo! Logo que entrámos percebemos: vamos esquecer a ideia de ver isto tudo numa única visita. É enorme!
Viajámos biliões de anos atrás até à formação do Universo, conhecemos meteoritos e dinossauros, passámos pelos cinco continentes, as suas culturas, artefactos, tradições e lugares inóspitos, entendemos a fisionomia animal e a sonoridade dos mais diversos instrumentos musicais, fomos do Fordismo ao Homem na Lua, do design e moda das últimas décadas à atual problemática do plástico.
E três horas depois, embora não tenhamos passado por todas as zonas do museu, demo-nos por vencidos e concluímos a nossa visita. Quando saímos de novo à rua de Edimburgo, vínhamos assoberbados de informação e estímulos, com a sensação de que o tempo tinha acelerado, mas com um entusiasmo raro depois da uma visita deste tipo. Passou a ser um dos nossos museus favoritos… e a entrada é gratuita!
St. Giles Cathedral ou Catedral de Santo Egídio
Foi uma das nossas primeiras visitas em Edimburgo e logo ficámos surpreendidos pela imponência desta Catedral que não passa despercebida na Royal Mile de Edimburgo. Uma catedral gótica com muita história para contar que se pode ler e conhecer nos vários painéis explicativos no seu interior e nas páginas às quais se acede através dos códigos QR espalhados pela igreja. Apesar de ser sugerido um donativo, a entrada é livre.
O que fazer fora de Edimburgo?
Que tal um dia pelas montanhas escocesas entre paisagens cénicas, lagos e natureza? A nós pareceu-nos ótima ideia e decidimos fazer uma pequena imersão nas Terras Altas da Escócia desde Edimburgo até ao Loch Ness.
Por recomendação de uma pessoa que segue as nossas histórias, juntámo-nos a um pequeno grupo com a Rabbie’s tours e adorámos o serviço. Escrevemos um artigo só sobre este dia inesquecível: De Edimburgo ao Loch Ness: uma imersão nas Terras Altas da Escócia.
Esta é então uma das opções para sair de Edimburgo e conhecer mais da Escócia, principalmente quando o tempo é limitado e quando se é fã de montanha e natureza.
Mas se preferes as cidades, por que não apanhar um comboio na Estação de Waverley em Edimburgo e ir até Stirling ou até Glasgow? Em menos de uma hora estarás em qualquer uma destas cidades e podes aproveitar um dia por lá.
Quantos dias passar em Edimburgo?
Com 3 dias completos e uma boa organização já se consegue aproveitar bastante da cidade de Edimburgo. Consegue-se visitar os pontos principais do centro histórico: a Victoria Street, a Royal Mile, a praça do Grassmarket e os jardins da Princes Street. Consegue-se também visitar o interior de um ou dois edifícios ou monumentos que sejam de interesse como o Museu Nacional da Escócia, o Castelo de Edimburgo ou o Palácio de Holyroodhouse. E ainda se consegue visitar as redondezas do centro de Edimburgo: para oeste com a Dean Village e para este com a Calton Hill e o Parque de Holyrood. Serão três dias em cheio mas muito bem aproveitados!
Se tiveres 4 dias completos, excelente: aproveita para ires conhecer mais da Escócia! Se te sentires à vontade para isso, alugas um carro e vais por ti até às Terras Altas. Ou então, podes fazer como sugerimos em cima, e juntares-te a uma tour de um dia em que um guia te conduz pelas paisagens mais incríveis das montanhas escocesas.
Mas com 5 dias disponíveis na cidade, ainda melhor! Nesse caso, consegue-se conhecer melhor Edimburgo, com mais calma, visitar mais algum edifício ou monumento de interesse, fazer uma tour diferente (existem free walking tours relacionadas com fantasmas ou com o Harry Potter, por exemplo) ou até experimentar algo diferente como a Camera Obscura and World of Illusions ou o The Scotch Whisky Experience.
Como chegar e como te deslocares em Edimburgo?
Existem voos diretos do Porto e de Lisboa para Edimburgo, três vezes por semana, o que significa que é possível estar na capital da Escócia em menos de 3 horas e meia.
Atenção!
Não te esqueças de que a Escócia faz parte do Reino Unido e, por isso, precisas de passaporte para entrar no país.
Ainda dentro do aeroporto de Edimburgo, seguimos as indicações para a paragem de autocarros e apanhámos o Airlink 100: a forma mais fácil e económica de ir do aeroporto para o centro da cidade. Parte a cada 15 minutos durante o dia e em 30 minutos chega à Princes Street de onde se pode facilmente ir a pé quer para a cidade velha como para a cidade nova.
Dica para poupar 😉
Aproveita para comprar o bilhete de ida e volta (7,50£) que fica mais barato do que comprar duas idas. Apenas tens de guardar o bilhete e usá-lo mais tarde para regressar ao aeroporto.
E para andar depois pela cidade? Se és capaz de fazer 10 a 20 quilómetros num dia, então consegues perfeitamente visitar Edimburgo a pé, o que, para nós, é uma das melhores formas de conhecer uma cidade.
Algumas dicas extra para visitar Edimburgo:
- O restaurante-bar The Booking Office na estação de Waverley tem um ambiente muito animado e, quer para beber uma cerveja como para comer um Fish & Chips ou um hambúrguer, tem os preços mais acessíveis que encontrámos.
- Como sabemos que os preços na Escócia são mais altos do que aquilo a que estamos habituados, nomeadamente em relação à comida, optámos por um alojamento com cozinha que nos permitisse fazer umas comidas rápidas e poupar assim nalgumas refeições. Escolhemos o CoDE Co-Livig – The Loft, muito bem localizado na cidade nova. Mas há muito mais opções de alojamentos em Edimburgo.
- Se precisares de fazer testes ao Covid-19 em Edimburgo – que foi o nosso caso – talvez na farmácia Newington Pharmacy and Travel Clinic consigas o que precisas.
Se pensas fazer uma viagem a Edimburgo de forma independente mas precisas de alguma ajuda para a preparar, fala connosco para te ajudarmos no planeamento!
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