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Visitar Toulouse, a Ville Rose do Sul de França

Esplanada cheia de pessoas numa visita a Toulouse com os prédios cor-de-rosa ao fundo

Há quem diga que é laranja, há quem diga que é cor-de-rosa. Mas rosa é certamente mais romântico e por isso a alcunha La Ville Rose assenta muito bem a Toulouse, no Sul de França.

Visitar Toulouse é passear pelas ruas de um centro histórico feito de tijolo não dispensando um crocante croissant quando o aroma apetitoso de mais uma pastelaria inunda a rua, é percorrer aquela soalheira beira-rio, é pedalar devagar o Canal du Midi, é também deliciarmo-nos ao jantar com uma bela Cassoulet. Mas Toulouse não se fica por aqui!

O que fazer em Toulouse: das tonalidades terracota à moderna aeronáutica

Há várias razões para visitar Toulouse e decerto não vais precisar de chegar ao fim do artigo para adicionar esta cidade francesa à tua lista de próximos destinos… ainda para mais é já ali, não há desculpas! Vejamos o que fazer em Toulouse para que se torne mais fácil organizar essa viagem.

Passear pelas ruas da Ville Rose

Edifícios em tons de tijolo adornam as ruas de Toulouse e o brilho encantador das artérias principais intercala com ruelas transversais curiosas que nos chamam a vaguear por ali sem destino. O ambiente é tranquilo e, mesmo deixando-nos ao acaso, sentimo-nos seguros.

Basta caminhar entre os pontos de interesse principais – já lá vamos de seguida – para ires dando por ti a cruzar ruas convidativas. E atenção, enquanto andas por Toulouse não te esqueças: vai olhando para cima e aprecia os detalhes ornamentais dos edifícios e os pormenores do requinte francês.

Tal como em grande parte das cidades de dimensão e afluência consideráveis, existem (free) walking tours diárias em Toulouse.

Já agora, fica a dica...

As walking tours são visitas organizadas por um guia local que naturalmente conhecerá bem a cidade e que, regra geral, dará as suas dicas mais pessoais. Estes passeios são gratuitos, mas os donativos são bem-vindos pelo guia no final. Quando visitares uma nova cidade, basta pesquisares online por ‘free walking tour’ seguido do nome da mesma e, com certeza, encontrarás as várias opções disponíveis.

Encontrámos o Marc junto à Catedral de Saint-Étienne a dois passos do nosso alojamento. Este historiador catalão levou-nos a conhecer a urbe pela qual se apaixonou anos antes, conduzindo-nos (em castelhano, já que o francês não é o nosso forte) pelas histórias que deram forma à cidade de Toulouse ao longo dos séculos. Apesar dos chuviscos que não deram tréguas, o Marc fez-nos mergulhar de forma descontraída naquilo que a cidade foi e ainda é, dando-nos as suas sugestões para os dias que se seguiriam nesta visita a Toulouse.

Mais uma dica 🙂

Se quiseres fazer uma visita destas a Toulouse, envia-lhe uma mensagem no Instagram @freetourtoulouse, marca com ele e manda-lhe um olá da nossa parte.

Espreitar mercados

Banca de peixe no mercado Victor Hugo em Toulouse

O Marché Victor Hugo é o maior e mais conhecido mercado coberto de Toulouse onde se encontra uma grande variedade de produtos típicos de França e em particular da região Occitânia… mas não só! De legumes a carnes, de queijos a peixe (e ostras, muitas!), de conserva a baguetes e croissants, e ainda o inesperado: de comida chinesa a uma mercearia portuguesa.

Não pudemos comprovar por nós próprios, mas mencionaram-nos mais do que uma vez os restaurantes do primeiro piso deste mercado nomeadamente pelos seus preços acessíveis e produtos frescos.

Além do Victor Hugo, existe em Toulouse o Marché des Carmes, mais pequeno mas muito bem servido. A qualquer um deles programa ir de manhã e não deixes para um segunda-feira pois é dia de descanso para aqueles comerciantes.

Dica Mais pra Lá...

Não encontrámos muito mais lojas onde comprar produtos locais em Toulouse. Se pensas trazer uns queijinhos para a família, não percas tempo à procura e aproveita para comprar aqui nos mercados.

Para os amantes de mercados, sobretudo ao ar livre, dediquem um par de horas da manhã de domingo às múltiplas bancas que se instalam junto à Igreja de Saint-Aubin. Mas guarda um tanto de fome pois aqui o apetite será aguçado pelos aromas e aspetos das iguarias do mundo. É um mercado bem movimentado onde às bancas de comida se juntam as de artigos em segunda mão, roupas, artefactos diversos e demais produtos locais.

Não contávamos visitar este mercado, mas tropeçámos nele ao pedalar pelo Canal du Midi. A curiosidade e o sortido de estímulos acabaram por nos conduzir por ali e, satisfeitos, deixamo-nos levar.

Provar as iguarias da região

Tentadoras montras de croissants é o que não falta pelas ruas de Toulouse. Estando em França, não esperaríamos outra coisa. O que não contávamos era encontrar uma região de vinhas e uma vasta gama de vinhos locais. Não há por isso como não os provar… mais do que uma vez!

Prato típico da Occitânia, a Cassoulet
Prato de aligot com salsicha

Num desses momentos, um copo de branco acompanha a deliciosa Cassoulet – uma espécie de feijoada, típica da Occitânia, feita com carnes várias do pato ao porco. O toque mais curioso desta receita é que vai ao forno a gratinar com pão ralado, dando-lhe um aspeto muito apetitoso.

Se és apreciador de queijos, delicia-te com um Aligot. À primeira vista pode parecer um simples puré… mas é um puré de batata e queijo supercremoso. Uma verdadeira delícia! Acompanha geralmente com salsichas frescas da região… eu que não sou fã de salsichas, fiquei muito bem impressionada pela distinta textura e sabor destas.

A nossa sugestão:

Provámos estes pratos típicos no Aligot Bar em Toulouse, onde achámos uma boa qualidade-preço.

Visitar edifícios, museus e monumentos

Uma praça impossível de evitar em Toulouse é o Praça do Capitólio. E atenção: não te fiques pela fotografia da praxe no exterior desta incomum Câmara Municipal. Pode-se (e deve-se) entrar no Capitólio, subir ao primeiro piso e admirar os fabulosos frescos que decoram as paredes da Sala dos Ilustres.

Já muita história passou por este edifício de quase oito séculos de existência. E diferentes histórias continuam a ser construídas, agora de amor com os vários casamentos que aqui constantemente tomam lugar.

Os frescos do interior da Sala dos Ilustres no Capitólio
Fachada do Capitólio de Toulouse em dia de chuva
Sala interior do Capitólio de Toulouse

Seguimos para norte da Praça do Capitólio e logo nos surge imponente, ao fundo da Rua do Touro (nome oriundo de uma triste história), a Basílica de Saint-Sernin, o orgulho de muitos toulousianos. Sendo um dos maiores edifícios românicos da Europa atual mereceu a distinção de Património Mundial da UNESCO em 1998.

Desta Basílica à Catedral de Saint-Étienne passando pelo Convento dos Jacobinos vai-se do românico ao gótico num abrir e fechar de olhos (literalmente, não incorporasse a catedral da cidade os dois estilos de forma vincada e até bizarra).

É devida também uma visita ao convento. Ao entrar, a grandiosidade da igreja quase nos esmaga e o colorido dos seus vitrais deixa-nos espantados. Até aqui a entrada é livre, porém o acesso aos claustros requer a compra de um bilhete no valor de 4€ (exceto no primeiro domingo de cada mês, para nosso fortúnio). Honestamente, a Igreja do Convento dos Jacobinos mostrou-se mais interessante do que os seus claustros que acabam por corresponder a um espaço pequeno que, apesar de bonito, não nos deslumbrou.

Claustros do Convento dos Jacobinos em Toulouse

Dizem-nos que a Fundação Bemberg, obra-prima do Renascimento, é dos pontos de interesse mais ilustres de Toulouse. Porém, não pudemos usufruir de uma visita à mais bonita mansão da cidade uma vez que estava fechada para restauro, prevendo-se a reabertura para o outono de 2022.

Aproveitando as gratuitidades do primeiro domingo do mês, optámos por visitar o Museu de Toulouse – um museu de história natural. Fomos motivados pelo entusiasmo da nossa mais recente experiência no estupendo Museu de História Natural de Edimburgo, que facilmente ocupou lugar no nosso top de museus favoritos. Porém, talvez por culpa da elevada fasquia, o Museu de Toulouse acabou por não corresponder às expectativas. Note-se que a diversidade de espécies e de artefactos é considerável, mas a informação e a contextualização são escassas e escritas apenas em francês. É também um museu somente expositivo por isso não se podia esperar uma experiência interativa. O museu alberga ainda um jardim que se inicialmente nos despertou curiosidade, logo se mostrou um ponto a desfavor. Apesar das várias famílias que por lá passeavam, encontrámos um jardim seco e desorganizado aparentando até um certo descuido com as espécies, quer autóctones quer provenientes de distantes terras, que lá acabaram por ser plantadas.

Artefacto no Museu de Toulouse

Lêem-se por aí boas referências do Museu Georges Labit, um espaço de estilo mourisco e exóticos jardins que leva os seus visitantes até às antiguidades egípcias e à arte asiática, mas que o tempo disponível não nos deu o prazer de visitar.

Passear em parques e jardins

Poderá parecer inicialmente que há poucos espaços verdes na cidade, mas logo verás que basta caminhar umas escassas centenas de metros para fora dos lugares mais centrais para encontrar tranquilos parques e jardins para visitar em Toulouse.

Não podemos deixar de recomendar em primeiro lugar o Jardim de Compans-Caffarelli cujo ex-libris é o Jardim Japonês localizado no seu interior. Não fará certamente jus àquilo que são os jardins no Japão, mas é irrefutável que este jardim, instalado no centro da atividade citadina de Toulouse, é realmente bonito e inesperado. Dá-nos a sensação de sermos transportados para fora dali, convidando-nos a uma pausa nos afazeres turísticos da nossa visita a Toulouse. Melhor ainda: a entrada é gratuita.

Ana em cima de ponte vermelha no Jardim Japonês numa visita a Toulouse

O Jardim das Plantas, junto ao Museu de Toulouse, também merece uma visita. De cariz mais familiar, aqui ouvem-se crianças a brincar nos escorregas, sente-se o cheirinho das pipocas que uma senhora vende por ali, vêem-se patos e gansos a nadar pelo lago à espera do pão que alguém eventualmente lhes atirará. Um parque airoso para um passeio tranquilo e uma pausa merecida.

No trajeto de volta ao centro da cidade, aproveita o caminho para passar pelo Jardim Royal e pelo Jardim da Grand Rond.

Caminhar à beira-rio e conhecer o bairro de São Cipriano

São quatro as pontes que atravessam o Rio Garona do centro de Toulouse ao inusitado Bairro de São Cipriano. Ainda do lado de cá, a ribeirinha convida-nos a um breve passeio desde a Ponte Saint-Pierre à Ponte Nova onde nos atrevemos a cruzar este rio de origem nos elevados Pirenéus, montanhas não tão distantes assim.

Em São Cipriano misturam-se culturas, apela-se à arte e dá-se lugar aos pequenos prazeres da vida. Um vinho aqui e umas tapas ali, entre concertos e exposições, é assim a vida do outro lado do rio.

Rio Garona e Ponte de Toulouse num dia de sol

As casas têm aqui uma pinta diferente, mais baixas e coloridas onde o rosa dá lugar ao azul e os varandins se enchem de vasos e vida. Depois de umas voltas pelas ruelas do bairro, as portadas de madeira vão-se fechando à medida que o sol se põe e nos encaminhamos de novo para a beira-rio surpreendendo-nos com a vista para a cidade no lusco-fusco deste final de tarde – o verdadeiro postal de Toulouse

Conhecer a capital da aeronáutica

Desde o final do século XIX que Toulouse tem vindo a conquistar o título de capital da aeronáutica por conta da indústria da aviação que aqui tem vindo a evoluir a passos largos. Aproveitando a merecida fama, Toulouse apresenta hoje aos seus visitantes uma série de atividades relacionadas. Os fãs do Ar e do Espaço têm oportunidade de visitar a Fábrica da Airbus, ganhar asas no Aeroscopia – o Museu da Aviação, descolar até à Cidade do Espaço e viajar até aos primeiros passos da aeronáutica no Envol des Pioneers.

Quanto a nós, não sendo entusiastas do tema, acabámos por deixar esta exploração para uma próxima e por isso não nos sentimos com propriedade para recomendar ou não tais visitas.

Dica de viagem!

Este tipo de atividades são, regra geral, mais dispendiosas, por isso verifica os preços dos bilhetes previamente e considera-os no orçamento da tua viagem.

Pedalar pelo Canal du Midi

São muitos os que percorrem em duas rodas os 240 quilómetros do Canal du Midi, o curso de água Património Mundial da UNESCO que liga Toulouse a Narponne, já no Mediterrâneo. Numa curta visita a Toulouse sugere-se espreitar os primeiros quilómetros deste Canal e, quem sabe, fique o desejo de descobrir os restantes mais tarde.

Pessoa de bicicleta a pedalar ao longo do Canal du Midi

O Canal du Midi contorna Toulouse a Este por isso facilmente o encontrarás. Se tiveres energia, aluga uma bicicleta e pedala as suas margens, ou se o descanso chamar por ti, opta por um passeio de barco no Canal (disponíveis nos meses de verão).

Dois, três ou mais dias para visitar Toulouse?

Consegue-se visitar os pontos principais de Toulouse e desfrutar da cidade com dois ou três dias completos a um bom ritmo. Desta forma, haverá tempo para vaguear pelas encantadoras ruas do centro, para visitar os monumentos e edifícios históricos principais, caminhar ao longo do Rio Garona e até passear um pouco pelo Canal du Midi.

Mas claro que permanecer mais uns dias permitirá conhecer melhor esta cidade francesa e, quem sabe, visitar mais da região Occitânia. Além do mais, para os entusiastas da aeronáutica, há muito com que se entreter em Toulouse e há que considerar ficar mais um par de dias.

Deslocações em Toulouse: a pé, de bicicleta ou em transportes?

Pessoa a visitar Toulouse de bicicleta

O centro de Toulouse percorre-se facilmente a pé. É uma cidade plana onde a orientação não será um problema uma vez que o centro histórico (por onde andarás a maior parte do tempo) é delimitado de um lado pelo Rio Garona e do outro pelo Canal du Midi. No meio dos dois cursos de água, de uma forma ou de outra, as ruas principais irão levar-te até à Praça do Capitólio – o coração de Toulouse. Recomenda-se procurar um alojamento nesta zona para facilitar o programa do dia e otimizar o tempo na cidade.

Se preferires deslocar-te de bicicleta, existem VélÔToulouse por toda a cidade e facilmente alugarás uma (atenção apenas às instruções de devolução das bicicletas e à caução que é bloqueada no cartão bancário).

A cidade de Toulouse está também coberta por uma

boa rede de transportes públicos, com duas linhas de metro, duas linhas de elétrico e vários autocarros.

Como ir do aeroporto de Toulouse para o coração da cidade?

Chegar ao centro de Toulouse desde o aeroporto é rápido e económico. Basta comprar um bilhete de transporte simples na máquina da estação do elétrico T2 à saída do aeroporto (cujo preço em 2022 era de 1,70€) e seguir essa linha em direção a Palais Justice. Sair na estação de Arenes e apanhar aí o Metro A (linha vermelha) na direção de Balma Gramont, saindo por exemplo na estação do Capitólio.

Dica de viagem!​

Um bilhete simples permite andar nos metros e etéricos durante uma hora completa desde a sua validação. Por isso, como esta viagem não dura mais do que isso em condições normais, só precisas de um bilhete para estes dois transportes.

Ficamos impressionados pois não nos recordamos de alguma vez termos gasto menos de 2€ para ir de um aeroporto ao centro da cidade respetiva. Espetacular! E claro, para voltar no último dia, basta fazer o trajeto inverso.

Boas viagens 😊

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