O Myanmar é um dos países que mais nos surpreendeu no sudeste asiático! Visitar o Myanmar nem estava inicialmente no nosso plano de viagem… mas depois de nos falarem muito sobre ele, decidimos que tínhamos mesmo que lá ir. E que bom que fomos! Sabe porquê neste artigo.
Como é o Myanmar?
O Myanmar o país mais sujo onde já estivemos no sudeste asiático. O chão é imundo em todo o lado, há lixo amontoado nas beiras da rua, os cheiros são fortes e desagradáveis. As pessoas não têm qualquer consciência ambiental. Se estão a comer algo nos comboios, carros ou autocarros, terminam e deitam a saca plástica, o copo ou o que for pela janela sem qualquer preocupação. Claro que isto se amontoa nas ruas!
Além disso, as estradas são muito más: ou em terra batida ou num asfalto em muito mau estado. Não admira que as viagens entre cidades demorem horas infinitas! Mas se falarmos sobre os comboios ainda é pior! As linhas de ferro são velhas e de manutenção escassa… diz-se que os comboios no Myanmar são os mais lentos do mundo e nós acreditamos bem nisso: demorámos 8 horas e meia para fazer cerca de 150km!
Então porquê visitar o Myanmar?
Apesar de todas essas particularidades, o Myanmar é, sem dúvida, um dos nossos países favoritos e isso deve-se ao mais importante: as pessoas.
Os birmaneses são o povo mais simpático que já conhecemos. O país esteve sob um regime militar durante 50 anos (talvez daí a reduzida instrução e educação em certos assuntos) e, finalmente, em 2012 abriu as portas ao turismo, que ainda é escasso. Por isso, é claro que a população local fica contente em ver pessoas de fora. É um sinal de liberdade, abertura e desenvolvimento do país.
São também muito curiosos. Grande parte dos birmaneses nunca viu estrangeiros, principalmente ocidentais. Por isso, nas ruas observam-nos, sorriem-nos, pedem-nos envergonhados para tirarmos fotos com eles. As pessoas procuram ajudar-se entre elas com alegria e procuram ajudar-nos a nós visitantes sem pedir nada em troca. Ainda oferecem comida partilhando o pouco que têm. São um povo espetacular!
Na nossa infindável viagem entre Pyin Oo Lwin e Hsipaw, além das 8 horas dentro do comboio, as carruagens não são as mesmas o percurso todo. Há que trocar a meio, ou seja, passar toda a gente de um comboio inteiro para outro com nem metade do espaço do comboio anterior. Imaginem sardinhas enlatadas dentro de duas carruagens durante um percurso de cerca de 30 minutos!
E agora imaginem depois disto, mandarem toda a gente sair do comboio no meio do nada, andar cerca de 500 metros por campos de milho para ultrapassar um comboio velho emperrado no meio da linha e apanhar um novo comboio mais à frente. Irrisório, no mínimo! Nós sem perceber nada, lá seguíamos como ovelhas atrás dos locais e da meia dúzia de estrangeiros que também faziam esta viagem.
E o mais interessante disto tudo: o sorriso dos locais o tempo todo! Talvez estivessem cansados da viagem, de andar com as trouxas para lá e para cá… mas a animação nas carruagens nunca desapareceu. Mesmo quando estávamos como sardinhas enlatadas, as pessoas apertavam-se para caber mais um, ajudavam com as malas e sacos uns dos outros, e ainda nos sorriam e perguntavam se estava tudo bem connosco.
Apesar dos conflitos levados a cabo pelo exército nos últimos anos (uma força militar ainda com muito poder e autonomia no país) principalmente contra a etnia Rohingya, e apesar do enorme envolvimento do país na produção e tráfico de drogas como o ópio e a heroína no Golden Triangle, o Myanmar é realmente um país incrível.
Além das pessoas, a riqueza e diversidade das paisagens são notáveis. O país tem altas montanhas e zonas de neve no Norte, tem interessantes cidades para explorar, tem praias e ilhas desertas no Sul, tem Bagan que é o ícone do país com os seus 2000 templos, tem florestas ricas em fauna e flora, tem muita história em cidades ancestrais, tem vilas e aldeias em montanhas para se caminhar… enfim, é portanto um país com um potencial incrível pouco explorado… ainda!
Visitar o Myanmar é sem dúvida uma experiência a não perder no sudeste asiático.
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